
Desabafo...
Sinto me fraca…frágil…não me dou por derrotada, porque não quero desistir da minha felicidade, mas não sei, como amparar estas minhas recaídas contra a ingratidão que a vida nos faz sentir…
Há dias que reflicto e repercuto vezes sem conta, tentando juntar as peças do antes, do agora e do depois, mas não existem respostas ou se existem elas estão longe do meu alcance, e isso revolta me, apenas queria entender porque certas coisas têm que ser de certa maneira, sem hipóteses de escolha, sem liberdade de sonhar. E apenas ouço um eco dentro de mim “ACALMA TE E CONTROLA TE PORQUE ISTO É A VIDA”, mas que raio resmungo eu, novamente vezes sem conta…
Será que vou continuar a minha vida a resmungar sempre com alguma coisa? Para mim é insuportável pensar assim…preciso de autonomia para percorrer outros caminhos, mesmo que caia tentarei sempre me levantar, como tem acontecido, mas desta forma vou tendo espaço para ponderar e talvez aceitar o destino.
Gostava de acreditar que realmente existem novos horizontes, só que os dias passam e o vazio da falta de algo permanece. Que adianta então sorrir, que adianta então ter força para lutar, pergunto eu? Se os obstáculos ferem o coração de tal forma que só sobram receios, dúvidas e constantes hesitações, gostaria de dizer que nada importa, mas como é obvio não é verdade.
Há momentos que tenho vontade de gritar contra tudo o que me rodeia e tentar dizer de alguma forma que as coisas insignificantes também têm o seu valor, que existem lágrimas que merecem ser recompensadas em sorrisos…mas chego á ridícula conclusão que por mais alto que conseguisse gritar, nada mudaria…simplesmente porque não existem efeitos especiais que consigam neutralizar a força da vida.
Sou apenas mais um ser vulgar entre milhares, milhões, biliões…de pessoas a reclamaram de alguma coisa, eu sei que o meu coração chora entre as várias melodias que ritmam a minha vida, chora em cada eco de silêncio que se forma em mim, chora por cada erro cometido mais do que uma vez…simplesmente porque invento um mundo que não existe e depois como é de esperar, ás pessoas que tentam fugir da realidade, tropeço e fraquejo…
Vera Marques